quarta-feira, 20 de maio de 2009

As estrelas dos meu quarto estão sempre lá, mesmo ocultas


É só um tempo.
Eu repito a mim mesmo.
É como um ‘break’ que dura o suficiente para ser necessário.
E se às vezes, a mim, pesar.
Secretamente posso condensar e por meus olhos fazer o peso evaporar.
Secretamente posso gritar mil vezes o que devia a você dizer, mas em segredo.
Mas tudo isso não passa de fase.

Às vezes é abrupto e confuso.
Mas mesmo repentino as lembranças que seguem, amenizam.
É como se cada noite sozinho,
Fosse uma preparação para valorizar o futuro.
Como se cada segundo sozinho
fosse para entender o real significado de tudo.
E quanto mais os dias passam
Mais próximo de tudo isso eu fico.

Sabe, contei sobre você e uma noite passada.
Mas acharam que era ficção.
Engraçado!
Será que acham que sou tão mentiroso assim?
Ou apenas lhe descrevi tão bem que acharam não existir?
O mais engraçado é sobre as estrelas,
Como gosto de escuridão total pra manter os olhos fechados
Em meu quarto há muitas delas, mas logo que apago a luz,
Elas me entendem e aos poucos vão se apagando.
Mas estão sempre lá.

Escrevo como se estivesse falando com você.
Mas tudo isso, a você, deve segredo ser.
Mas um dia saberás tudo.
Pensando bem, acho que já sabes.
Sabe o amigo imaginário que na infância construímos?
É como se fosses um.
Mas se eles são imaginários?
Será que tudo isso não passa de invenção?
Se você acredita em sonhos, o melhor é continuar...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Conteúdo: insônia

Está tudo escuro e nem as estrelam brilham mais.
Eu, deitado tentando dormir.
Sim, tentando.
Por algum motivo equívoco o sono é presente mas não o consigo.
Penso em muitas coisas, prazos, planos, soluções, vida e vencimentos.
“Soma” dos Strokes toca.
Mensagem chegando ao meu celular.
E o que seria a tal hora?
Engano... Rifas... Horóscopos... Bingos... Leilões ou palavras não desejadas?

Remetente:
Quatro letras.
Surpresa! Espanto!
Alegria! Curiosidade!
Conteúdo (direto e em quatro palavras):
Lembrança, Sorrisos;
Saudade e Boa noite.

Passa da meia-noite.
Não sei como agir.
Penso.
Com suas palavras, ou só sua lembrança:
Ganho o dia que termina ou o dia que está começando?
Talvez os dois.
Hesito.
Meia hora se passa.
Respondo.
Como sempre, tenho a impressão que falo mais que deveria.
Em seguida sonho (ainda acordado) e planejo (dentro do sonho).
Nessas horas tudo poderia ser como numa comédia romântica.
E ao amanhecer, não mais seria uma mensagem.
Mesmo levantando cedo todo dia,
Nesse, eu acordaria ao som insistente da campainha.

Remetente:
- Bom dia!
Eu:
-? ! ? ... Bom dia.
Conversas café com leite acompanhadas de cortejos a mesa matinal.
Assuntos:
Todos aqueles que fariam esquecer que o tempo passa.
E passou.
E que a última vez que dormimos juntos não faz nem dois dias quem dirá duas translações.
E logo pela manhã: seu sorriso.
Ah! Seu sorriso!
Fica muito mais belo com esse ar,
De quem não faz nem meia hora abandonou ao marasmo seus sortudos lençóis.
Já seus olhos:
Ainda mais apertados quando pressionados pelas alegrias.
Pelo sono que ainda não se foi somado a seus traços infantis.
E esses olhos me esmagam todo,
Cada vez que se apertam sinto a vida aflorar.
E pela manhã: Tu estás no ápice da perfeição.
Pele ainda mais transparente,
fina, comovente quase a me atordoar.
Seus cabelos se movimentam tão levemente.
Que por um momento penso você levitar.
Palavras demais.
Admiração demais.
E tudo isso se perde em meus devaneios.
Que bobo, percebo estou a sonhar.

Voei muito alto.
Escrevi seu retrato.
Falei muito alto, o que deveria a ninguém contar!

Nem metade disso é verdade.
Mentira, é sim!
Metade sim. Metade não.
Mas qual metade é verdade?
A metade que julgares melhor.
Pois ao final só os contos de fadas são de verdade.
Pois se não fossem assim...
Bom, seria melhor não acreditar em nada.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Cinza(s)



É essa chuva que cai e inunda tudo de cinza.
Cinza das cinzas.
De sentimentos queimados que teimam em ser pássaro e voar.
Sentimentos que eu pensei enterrados, ardidos e acabados.
Mas como cinzas, eles teimam ressoar.
Nessa mistura de cinza molhada que embora encharcada tende sempre a voltar.
Assim, do nada e sempre.

Não provoca dor:
Sorrisos, suspiros, euforia, agonia e vontade de te contar.
Alegrias, monotonias, simpatias, tudo que faço pra tentar (em vão) lhe ignorar.
Mas é puro, oportuno, belo, esperto e como tu:
és bem terno, é como criança teimosa e risonha que me tenta sempre lembrar.

Eu perambulo por onde você passava.
Tento imaginar, em qual direção você olhava.
E me ponho a ir pra lá.
Mesmo assim não te olharia.
Eu apenas passaria e esperaria você me notar.

Isso tudo por causa desse cinza.
Desse dia que ainda passa mas eu tento enfeitar.
Essa água meio fria.
E uma quase rebeldia:
de fumar sem tragar;
de brindar sem embriagar;
de sussurar sem nada falar.

E essa chuva que cai e inunda tudo de cinza.
Cinza das cinzas.
Que faz tudo molhar sem se quer eu chorar.