sexta-feira, 14 de março de 2008

DIA INTERNACIONAL DA POESIA


De minha autoria, minha preferida.

Eu quase lhe matei,
Mas lhe matei em poesia.
Antes de terminar,
Com você eu terminaria.

Cheguei a pensar
a quase planejar,
pois sem você eu não suportaria.
Seria ou com você
tanto em morte como em vida.

As flores e rosas que comprei
duas vezes serviriam.
A primeira para lhe dar,
e em seguida para enfeitar as nossas jazidas.
Eu não consegui concluir um plano.
Eu não consegui concluí-los nem em sonhos,
sonhar como se roubastes meu sono?

Onde eu estaria se não com você?
Para onde eu iria que não fosse para te ver?
Com quem eu sonharia antes e sempre você.

Enfim descobri
que nada eu mato.
Enfim descobri que só mato em pecados.
Sim, pensar também é pecado.
O que dirá escrever?

Eu quase lhe matei
Mas lhe matei em poesia.
Até comprei flores,
que duas vezes serviriam.
Só não comprei arma, veneno ou corda
e nem armadilha.
Faltou-me coragem,
amor de sua parte,
e das duas, da minha e da sua
faltou covardia.

Eu quase lhe matei,
mas lhe matei em poesia.
Comprei veneno,
pus em meus lábios,
enquanto aos beijos,
Inescrupulosos beijos,
tanto eu quanto você de prazer ardia.

Eu lhe matei,
Eu me matei.
Tudo, em poesia.
(Eduardo Magalhães, Março de 2007)

P.S.: O mais engraçado é que escrevi esta minha poesia, sentado num puff da Livraria Siciliano do Natal Shooping, logo após ler 'Vales'de Pablo Neruda, postada a seguir, pela primeira vez umas 10 vezes seguidas. Embora, aparentemente, não tratem do mesmo tema. Foi ao ler "Vales" que me veio a inspiração de escrever, esta minha poesia, que intitulo de "Feito em Poesia".

Minha preferida.
Pablo Neruda - Vales
Eu toco o ódio como peito diurno
Eu sem cessar, de roupa em roupa
Tenho dormido distante.

Não sou, não sirvo, não conheço ninguém
Não tenho armas de mar nem de madeira
Não vivo nesta casa

De noite e água está minha boca cheia
A duradoura lua determina o que não tenho.

O que tenho está no meio das ondas
Um raio de água, um dia pra mim:
Um fundo férreo.

Não há quebra-mar, não há escudo nem traje
Não há especial solução insondável
Nem pálpebra viciosa.

Vivo logo e outras vezes continuo
Toco logo um rosto e me assassina
Não tenho tempo

Não me chameis: minha ocupação é essa
Não pergunteis meu nome nem meu estado
Deixai-me em meio à minha própria lua,
No meu terreno ferido.

Minhas 3 principais fontes de Inspiração:
Julian Casablancas (Cantor e Compositor da Banda The Strokes)


MADONNA -----------------------------------------------------------------
----------------------------------------------Pablo Neruda

quinta-feira, 6 de março de 2008

Es(X)tático


Você não pode ver o que está se passando?
Eu tentei...
Mas não me agrada o que eu estava vivendo:
Mentindo, chorando e enganado pelos outros,
nem mesmo eu sabia o que era verdade.
Trapaceava, sorria e falava sério apenas pra chamar sua atenção
ou conseguir uns minutos do seu silêncio.
Entrei, passei uns dias e agora estou tentando arrombar a porta.
Eu fiquei tão cansado.

Foi só isto.

Talvez algum dia eu possa oferecer algo que você queira.
Algo que você não soube me oferecer.
Algo que estava sobre a mesa
O qual eu estava sentado na frente,
Mas não soube usar.
E você recusou a mim como uma criança
que não quer dividir seus brinquedos.

É só isto.

Meu caro você ainda não entendeu?
Não há nada de errado em mim.
Nem nós somos inimigos, apenas discordamos parcialmente.
Também tenho minhas ranzinzas e se eu fosse sempre como ele,
Eu iria pra um bar, beberia até me fartar.
Ligaria pra você.
Tentaria lhe mudar,
choraria tudo o que há de errado
inclusive o fato de lhe amar.
Então nós discordamos?
Eu acho que discordamos em tudo!

É só isto?
Você ainda não percebeu?
Talvez eu não goste mesmo de você.
É só conveniência?
Eu não sei mais o que falar?
Deixe-me ficar por mais uns dias...
Podemos conversar mais tarde?
Agora eu estou muito cansado.

Baseado na Canção "Is This It" ( The Strokes - Letra de Julian Casablancas )