quarta-feira, 28 de novembro de 2007

"Eu vou lhes contar um segredo"


Alguns segredos precisam ser contados. Outros muito bem guardados, tão guardados que todos sabem, mas não fazem a menor idéia que são segredos. Assim, pouco se comenta sobre estes que acabam muito mais bem guardados do que se guardaria caso nunca tivessem sido contados.

Alguns segredos requerem pessoas certas para serem contados. Podemos acertar em quem confiamos ou decepcionarmos com a escolha que fizemos. Arriscar contar ou guardá-lo dentro de você? Acho que enquanto não achamos a resposta escrevemos. Oferecemos ritmo às palavras.

Prefiro o papel em branco preenchido por mim que as mentes vazias dos que não sabem guardar um segredo e por não ter o que fazer saem o espalhando. Criando versões e fatos deturpados.
Enfim entro em contradição. Não posso guardar o segredo só para mim. Não há mais egoísta de quem tenta guardar o conhecimento só para si. Quanto mais eu quero ficar só, mais eu sinto a necessidade de contar meus segredos a alguém.


Live to Tell/ Viver para Contar

Se eu fugisse
Eu não teria força
para ir muito longe.
E como ouviriam
as batidas do meu coração??


Será que vai esfriar
o segredo que eu guardo?
Ou ele vai envelhecer
E como vão escutar?
Como irão saber?
Como irão aprender?


(Live to Tell - Madonna e Patrick Leonard)

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Eu não te pertubarei, eu só estava lhe retribuindo um elogio...


Procuro fórmulas em pensamentos vagos. Inutilmente e insistentemente, pois sei que não há fórmula exata para o que nem eu mesmo sei onde vai chegar.
Mas as procuro. Nas minhas melhores fases. Em pensamentos involuntários que me provocam sorrisos e saudades. Não quero regredir ao passado. Às vezes analiso-o. Tento encontrar nele o caminho que me levou onde nem mesmo eu poderia imaginar chegar, embora sempre tivesse sonhado e ainda persisto em fazê-lo.

Às vezes percebo que nem tudo está ao nosso controle. Apenas as escolhas mais burocráticas, como se vamos seguir em frente, dobrar a esquerda ou a direita. Mas se vamos corresponder a um sorriso, a um olhar e até mesmo a um aceno desconhecido, podem fugir do nosso controle. Que dirá as consequências de seus efeitos e a durabilidade desses possíveis efeitos dentro de nós.

Sim. Percebo que não há uma fórmula ou um cálculo primoroso. Eu agi exatamente como agiria se tivesse 16 ou 42 anos. Pois embora nem tudo tenha sido perfeito foi precisamente como deveria ser.

Há certas coisas que só ocorrem por que o mundo conspira para que aconteçam. Muitas destas você não precisa mover nem mesmo um fio de seus cabelos e elas tomam proporções insustentáveis. Para outras, você soma forças com o mundo e elas também podem transformam sua vida. Daí você enxerga que para algumas coisas não há uma resposta exata, apenas incontáveis opções sendo oferecidas. Nem uma é mais correta que a outra, apenas, cada uma leva a um caminho que pode ser, ou não, distintos.

E mesmo assim, continuo inovando, tentando e reinventando tudo!
Enfim, continuo vivendo SIM!
E muito bem.

CONTINUO:
-"Impressionado" com a partida de alguém tão jovem
(embaraçoso, pois não o conhecia pessoalmente, era amigo
de alguns amigos,a morte de alguém tão jovem nunca tinha
se aproximado assim do meu círculo de amizades)


-Fazendo planos
-Sonhando
-Trabalhando
-Estudando um pouco
-Em dúvida para uma decisão que preciso tomar até domingo a noite

Ouvindo muito:
*Madonna
*The Strokes--->

"I will not disturb you / Eu não te pertubarei
I was just returning / Eu só estava retribuindo
you a compliment /a você um elogio "

( The Strokes - Electricityscape, letra: Julio Casablancas )



terça-feira, 20 de novembro de 2007

Nem conheço, mas sinto tanto, que só poderia sentir mais, se te conhecesse...

Nem o conheci...
Mas pelo que me contaram de sua história,
que ainda estava sendo escrita,
mesmo sem lhe conhecer,
pelo que me contaram,
tinha pela história
certa admiração.

E deu em mim algo desconhecido.
Se nem lhe conheci,
Como posso pesar?

Sempre que algum amigo jovem enfrentava
uma dessas que você enfrentou,
eu falava de sua história:
"O Amigo de um amigo meu..."
Na tarde que soube, hoje,
tinha acabado de contar
a uma amiga,
a irmã dela
está numa dessas!
Ainda assim
serás exemplo!

IN THIS LIFE / NESTA VIDA

Sentado num banco do parque
Pensando num amigo "de um amigo" meu
Ele tinha só '25' anos
E se foi antes do momento certo
Isso veio sem avisar
Ele nunca quis que seus amigos
o vissem chorando
Ele "pensava"
que um novo dia estava começando
E não teve chance de dizer adeus

Dirigindo pela alameda
Pensando em um homem que eu conhecia, "ouvi falar"...
Ele era como uma "exemplo" para mim
Não existe nada neste mundo
Que ele não faria
Me ensinou a me respeitar
Disse que todos nós somos feitos
De carne e sangue
Por que alguém deveria ser
tratado diferente?
...
As pessoas passam
E eu me pergunto quem será o próximo?
Quem determina e o que determina?
Há uma lição
Que eu devo aprender neste caso
Ignorar não é a glória.

Você já viu"o melhor amigo do" seu amigo morrer?
Para quê?
Você já viu
Um homem adulto chorar?
Para quê?
Alguns dizem que a vida não é justa
Para quê?
Eu digo que as pessoas não se importam
Elas preferem virar as costas
Para quê?
Enquanto esperam que esta coisa
Vá embora
Para quê?
Por que temos que fingir?
Para quê?
Eu rezo para que isto acabe algum dia

Eu espero que seja nesta vida
Eu espero que seja ainda nesta vida
Eu espero que seja nesta vida
Eu espero que seja ainda nesta vida...

_ _ In this Life / Nesta Vida ( escrita por Madonna e Shep Pettibone)
Só foi postada parte da letra e as partes entre aspas e em itálico, são pequenas alterações feitas por mim, dando mais ênfase a história em particular.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Memórias Indissolúveis


É praticamente impossível dissolver algumas memórias.
Por maior que seja a proporção do tempo
em relação a elas
Muitas são indissolúveis.
Ainda mais pensamentos involuntários.
Ou simplesmente, ainda não passou tempo suficiente.
Não, não,
Não há dor.
Apenas saudades.
Lembranças que me trazem sorrisos aos olhos
e brilhar em meus lábios.
Não, não estou apegado ao passado.
Apenas recordo como quem ainda sonha;
e faz planos.
Como se a ausência fosse apenas temporária.

Por mais que eu conheça pessoas incríveis.
Por mais que eu ocupe todo o meu dia e tenha sucesso.
Ainda que o tempo tenha me mostrado;
não é impossível, há apenas mais limite na felicidade
viver sem você.

Celebro ainda cada calendário.
A cada um mês, três, quatro no último seis,
o dia em que lhe conheci.
Minha primeira e verdadeira noite ao lado de ti.
Sua primeira noite aqui!
Sim, sim.
Você veio até mim.
Destes dias celebro até o último
o último segundo.

Não, não
Não há lágrimas ou qualquer idéia de melancolia
Nem mesmo qualquer sentimento parecido.
Ao contrário, só há energia
e meu sangue circula frenético ao lembrar esses dias.

Corro, corro e corro
Contra e a favor do tempo
Em direção e em contramão ao vento.
Sempre, sempre, sempre
Ininterruptamente
Realizações, sucesso e até a máxima alegria
Seriam maiores se ali comigo
estivesse você.
Nunca, jamais eu pensei por qualquer via
Em roubar sua vida ou anular a minha.
Apenas somar e multiplicar alegrias
Que já são presentes mesmo sem você e mesmo
a você sem a mim.

Entenda o que digo
Entenda o que peço
Entenda que por mais que eu viva
Que eu acerte ou que eu erre
Que eu ame ou odeie
Que eu me vá, para longe, longe, muito longe
Que eu retorne que eu chegue
Que eu sorria e minta até gargalhar de euforia
Entenda, entenda, por favor, só entenda!
O que quero dizer!

Mesmo depois de tudo que foi feito
Por mim, por você
Suspeitos culpados
mas inocentados
pelas circunstâncias do tempo.

Entenda, por favor, entenda!
Peço-lhe com meu maior sorriso sincero nos olhos.
Entenda o que escrevo
Pra que eu escrevo
O que grito aqui dentro
Apesar de tudo
tudo vivido.
Não houve um só dia
Não há um só dia
Que eu não pense
Que eu não sonhe
Que eu não planeje.
Será imponente
se for com você.

______Eduardo Magalhães, Natal, 27 de setembro de 2007

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Dia de Finados

Escrita num período de dias obscuramente duvidosos quanto aos melhores sentimentos que eu podia sentir tentar morrer, mas ao contrário, não morreram
"...enquanto aos beijos,Inescrupulosos beijos,tanto eu quanto você de prazer ardia..."

Feito em Poesia

Eu quase lhe matei,
Mas lhe matei em poesia.
Antes de terminar,
Com você eu terminaria.

Cheguei a pensar
a quase planejar,
pois sem você eu não suportaria.
Seria ou com você
tanto em morte como em vida.

As flores e rosas que comprei
duas vezes serviriam.
A primeira para lhe dar,
e em seguida para enfeitar as nossas jazidas.
Eu não consegui concluir um plano.
Eu não consegui concluí-los nem em sonhos,
sonhar como se roubastes meu sono?

Onde eu estaria se não com você?
Para onde eu iria que não fosse para te ver?
Com quem eu sonharia antes e sempre você.

Enfim descobri
que nada eu mato.
Enfim descobri que só mato em pecados.
Sim, pensar também é pecado.
O que dirá escrever?

Eu quase lhe matei
Mas lhe matei em poesia.
Até comprei flores,
que duas vezes serviriam.
Só não comprei arma, veneno ou corda
e nem armadilha.
Faltou-me coragem,
amor de sua parte,
e das duas, da minha e da sua
faltou covardia.

Eu quase lhe matei,
mas lhe matei em poesia.
Comprei veneno,
pus em meus lábios,
enquanto aos beijos,
Inescrupulosos beijos,
tanto eu quanto você de prazer ardia.

Eu lhe matei,
Eu me matei.
Tudo, em poesia.


....................Eduardo Magalhães - Natal, escrita no dia 27 de Março de 2007